Ah, o transporte público! Aquele ambiente onde a lógica se despede e a criatividade reina. Lá vai você, espremido no ônibus, equilibrando-se entre freadas bruscas e curvas malucas. Não importa o quanto seu dia foi cansativo, sempre tem um passageiro inusitado que rouba a cena. E hoje, quem diria, é a Dona Planta e o Senhor Cereal ocupando os assentos com uma elegância de dar inveja.
Dona Planta, com suas folhinhas verdes, está ali, plena, curtindo a viagem, provavelmente pensando em fotossíntese e coisas do gênero. Ao lado, o Senhor Cereal, imponente em sua embalagem, parece um verdadeiro aristocrata dos grãos, aproveitando o balanço do ônibus como se estivesse em um cruzeiro pelo Atlântico.
Enquanto isso, os seres humanos, relegados ao papel de meros espectadores, se seguram nas barras, nas bolsas, uns nos outros, tentando entender onde foi que erraram para estar ali, em pé, ao lado desses passageiros tão especiais. O estresse do dia, as reuniões intermináveis, tudo se mistura a um sentimento de surrealismo e leveza. Afinal, só no Brasil mesmo para a gente dar lugar até para a natureza e os mantimentos descansarem depois de um longo dia de trabalho!
E assim, a vida segue. Um dia você é a planta, no outro, o cereal, e sempre, sempre, um passageiro tentando encontrar seu lugar nesse ônibus chamado cotidiano.