O clássico momento em que o telefone vira palco de uma novela brasileira: a pessoa liga profissionalmente, mas do outro lado está a “central de proteção ao fulano”. Não importa o motivo da chamada, o primeiro impulso é ativar o modo defensivo, como se estivessem protegendo um segredo de Estado. Porém, basta ouvir as palavras mágicas “empresa” e “currículo” para transformar toda a energia agressiva em um show de simpatia. O tom muda tão rápido que até parece que ligaram para o SAC da felicidade.
Nada mais brasileiro do que esse salto emocional: da indignação para o excesso de gentileza em segundos, provando que, no fundo, nossa verdadeira paixão nacional é a arte de improvisar emoções.