O que define o ritual do banho entre homens e mulheres não é a água, o sabonete ou a temperatura quase fervendo, mas sim a filosofia de vida. De um lado, temos o meticuloso spa em casa das mulheres, onde cada produto tem um propósito específico: um shampoo para cabelos secos, outro para cabelos oleosos (porque nunca se sabe), um condicionador para as pontas duplas, uma máscara de abacate orgânico e, por algum motivo inexplicável, um pepino que pode ou não ser para os olhos.
Do outro lado, encontramos a “arte do improviso masculina”, onde o lema é “se limpa, tá valendo”. Pinho Sol vira gel de banho, detergente Ypê substitui o shampoo, e o sabonete é multifuncional: lava o corpo, o cabelo e, se der mole, até a pia do banheiro. O mais impressionante é a resiliência dessa galera, que acredita piamente que o shampoo do cachorro é um item perfeitamente aceitável para o uso humano.
O contraste é tão grande que parece que falamos de espécies diferentes. Para uns, o banho é um evento que pode durar uma eternidade, com direito a playlist relaxante e cheiro de lavanda. Para outros, é uma operação tática de 3 minutos, na qual o objetivo é simplesmente sair menos sujo do que entrou.