Se tem uma tradição natalina que ninguém ousa questionar, é o peru de Natal. De onde veio essa ideia? Ninguém sabe ao certo, mas o bicho já está tão associado à ceia que até parece que nasceu com um contrato vitalício pra ser o protagonista do prato principal. Coitado, né? O peru não fez nada além de existir e ter uma aparência que, digamos, não ajuda muito na autoestima.
Enquanto os outros animais ficaram com papéis fofinhos – o boi é símbolo de força, o cordeirinho é uma graça e até o jumentinho tem um charme humilde –, o peru ficou com a ingrata missão de virar recheio e farofa. Não teve chance nem de passar uma boa impressão. É a estrela incompreendida do Natal, julgada injustamente pelo visual e escolhida pela gastronomia.
Mas, apesar disso, ele já aceitou o destino: todo dezembro, ele aparece grandioso no forno, crocante na mesa e com um “boa noite” recheado de resignação. Porque no Natal é assim: o peru pode até ser chamado de feio, mas quando chega assado, ninguém tem coragem de falar mal.