No Brasil, elogio de pai é tipo ouro: raro, bruto e geralmente vem acompanhado de uma sugestão de emprego braçal. Você pode ter ganhado uma medalha olímpica, batido o recorde mundial de levantamento de peso ou simplesmente superado seus próprios limites na academia… a resposta provavelmente vai ser algo do tipo: “Legal, agora ajuda a descarregar o caminhão de tijolo”.
A lógica paternal é simples: se você consegue levantar 80kg, então tem força suficiente pra carregar saco de cimento e ainda dar conta de virar massa no balde. Academia? Bobagem. O verdadeiro teste de força, segundo o pai brasileiro, é aguentar o sol do meio-dia com um capacete torto e uma marmita com feijão escorrendo na mochila.
E no fundo, é aquele jeitinho clássico de demonstrar orgulho: disfarçado de piada, com um toque de realidade e uma pitada de “vai trabalhar que a vida não é academia, não”.