O manual de instruções do gato é simples: ele aceita carinho, mas só sob cláusula contratual com letras miúdas, validade de segundos e fiscalização intensa do humor dele. É um verdadeiro “SIM” com prazo de validade embutido. Uma coçadinha a mais e pronto: você acabou de violar o artigo 3 da Lei Felina do Espaço Pessoal.
E o pior: ele pediu carinho. Ele implorou com aquele olhar de quem foi abandonado pelo sistema. Mas bastou ultrapassar o limite invisível do “já deu” que o gatímetro da paciência zerou e o ataque foi liberado com toda a fúria de um felino que se acha dono da casa (porque ele é mesmo).
Ser humano que tenta entender gato é tipo brasileiro tentando entender as regras do imposto de renda: ninguém sabe como começou, muito menos quando termina. Mas uma coisa é certa: você nunca está totalmente certo… só tolerado.