O brasileiro tem um dom raro: a habilidade de transformar qualquer conversa trivial em pegadinha de tio do churrasco — com direito a pausa dramática e risadinha depois. É uma arte refinada, passada de geração em geração, onde a expectativa é destruída com um trocadilho tão bobo que dá a volta e vira genial.
Num país onde a criatividade popular sobrevive a qualquer crise, até a anatomia humana é usada como ferramenta de zoeira. A galera não perdoa: se tem uma chance de fazer um trocadilho infame, ela vai ser aproveitada com orgulho e sem remorso. E o melhor de tudo? Quem cai na pegadinha ainda ri junto, porque aqui ninguém leva a vida tão a sério quanto leva uma piada ruim.