Tem carro que não é só meio de transporte, é teste psicológico. A máquina liga suave, desliza como seda, mas basta um detalhe fora do lugar que vira drama mexicano: esquenta, acende luz no painel e faz barulho de panela de pressão. O comentário é certeiro: parece relacionamento. Tudo está na paz até que, do nada, vem a explosão – e nem o manual do proprietário explica.
O motor, igual às discussões de casal, só funciona com manutenção preventiva. Não abasteceu de atenção? Pode esperar pane. E o curioso é que tanto o carro quanto a vida a dois têm aquele sensor invisível: quando você mais precisa que tudo dê certo, é quando a bronca aparece.
E a paciência do dono, assim como do cônjuge, tem limite. Uma hora é “coisa simples”, outra já está calculando o custo da oficina versus o custo do divórcio. O resumo? Carro antigo e casamento longo exigem a mesma arte: saber ouvir barulhos estranhos e fingir que está tudo bem.