A porta mística que era só… Uma porta mesmo

A porta mística que era só… Uma porta mesmo

Nada traduz melhor a energia do brasileiro do que a expectativa grandiosa colocada em algo absolutamente comum. A pessoa ouve “porta que abre a cada 25 anos” e imediatamente imagina um portal místico, acesso secreto a outro plano, talvez até uma gaveta celestial cheia de respostas para a vida. Mas aí vem a mãe, com toda sabedoria prática acumulada de quem já viu muita novela, muito crediário e muita promessa furada, e joga a verdade crua sem dó: é só uma porta. Simples. Literal. Sem magia, sem brilho, sem efeitos especiais. Uma verdadeira lição sobre como mães brasileiras são especialistas em furar bolhas de fantasia com a sutileza de uma agulha industrial.

E o mais divertido é perceber como essa sinceridade materna carrega uma poesia própria: a capacidade de desmontar expectativas, mas ainda assim deixar a gente rindo. Porque no fundo é isso, a vida adulta é sobre entender que nem toda porta rara guarda segredo, e nem toda experiência extraordinária vem com luz divina e trilha sonora. Às vezes é só uma porta mesmo, e tudo bem. O importante é que sempre tem uma mãe pronta para lembrar que exagero é talento, e realidade é obrigação.

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