Comunidades online de regressão infantil encontram conforto usando objetos como fralda, brinquedo e mamadeira.
“Eu me achava uma aberração. Vivia sem saber que existiam pessoas como eu”, conta Sarah* adepta da regressão infantil.
Segue o fio e saiba mais sobre o assunto
Freud explica (ou tenta explicar). A age regression (regressão de idade) é um mecanismo de defesa do ego que causa uma reversão temporária ou de longo prazo a um estágio anterior de desenvolvimento, fazendo com que a pessoa evite lidar com impulsos de maneira adulta.
Qual o sentimento após uma regressão?
Para Sarah*, 27, que mora sozinha em Vitória (ES), o processo dá forças para se voltar à realidade. “Depois de sair do meu mundinho cor-de-rosa, fico recuperada”, diz.
“É um hobby, não é algo de que necessito”, afirma Moon Queiroz, 21, formada em pedagogia e influencer no TikTok, com mais de 119 mil seguidores. Moon gosta de definir a age regression como uma forma de meditação.
Thiago Luis Ferreira, 22, mantém uma rotina de regressão e em seu canal no YouTube fala sobre ageplay — prática fetichista mais frequente, de caráter sexual, em que há encenações nas quais um indivíduo se comporta ou trata outra pessoa como se tivesse outra idade.
Os “littles” — como são denominados os adeptos da regressão infantil — têm se organizado em uma comunidade que está repercutindo no Brasil pelo TikTok e no Instagram.
Os termos usados pelos membros são em inglês: big age (idade adulta); little age (idade para qual regridem, que é definida a partir da observação de interesses); caregiver (cuidador); little (pessoa que regride); little space (espaço mental em que entram quando regridem)
A psiquiatra Miriam Gorender, professora associada da UFBA (Universidade Federal da Bahia), afirma que a regressão não é uma prática validada como terapia, mas é inofensiva.
“Eu não impediria que um paciente regredisse, desde que, caso ele precise, isso não o impeça de fazer um tratamento que a gente saiba que tem efeito”, afirma a psiquiatra Miriam Gorender.
Os littles sonham com um mundo onde a regressão seja “normalizada” e liberta de preconceitos. “Seria legal se a gente pudesse regredir num parque ou na praia”, comenta Moon.
Alguns nomes foram trocados a pedido dos entrevistados.
Nossa amei super legal!!! ❤️
Eu vejo isso sinto uma vergonha tão grande