Quando você guarda rancor

Quando você guarda rancor

A vida é como a terceira série: cheia de lembranças que nos seguem até a fase adulta. Quem diria que um pacote de bolacha não compartilhado seria um impeditivo amoroso anos depois? É quase poético, ou melhor, trágico-cômico, pensar que aquele momento de egoísmo infantil pudesse ter tamanha repercussão.

Na infância, somos especialistas em guardar mágoas por coisas triviais, como a fatídica bolacha que nunca chegou ao outro lado da mesa. E, quem diria, um pequeno ato de avareza alimentícia acabaria por moldar futuros desencontros amorosos.

No Brasil, onde a partilha é quase uma instituição cultural, não dividir uma bolacha é um pecado capital. Afinal, não há nada mais brasileiro do que repartir, seja um pão de queijo, um brigadeiro ou até mesmo um sonho.

Então, fica a lição: se algum dia você tiver a oportunidade de compartilhar uma bolacha, não hesite. Pode ser que, anos depois, aquele gesto simples de generosidade se transforme em um ingresso para um futuro promissor. Ou, pelo menos, em uma história de amor menos amarga.

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