Imagina a cena: duas pessoas, cada uma mais impaciente que a outra, disputando não um troféu ou uma herança milionária, mas sim o direito de não ficar com alguém. Aquele famoso jogo de empurra-empurra, que mais parece a briga pelo último pão de queijo na festa junina. No meio disso tudo, o pobre indivíduo, que é a “bola” desse ping-pong emocional, só quer um pouco de paz, talvez um suquinho de laranja e um episódio de Chaves na TV.
Essa situação é tão brasileira quanto um churrasco de domingo em que ninguém quer ser o responsável por acender a churrasqueira. Cada um tentando escapar da tarefa, jogando a responsabilidade para o outro. “Não, você que é o especialista em fogo!”, “Nada disso, você que fez o curso de escoteiro!”. E assim a carne fica esperando, enquanto todos se deliciam com pão com alho e linguiça mal passada.
Na vida, às vezes, a gente só quer ser deixado de lado, mas acaba se tornando o alvo de uma disputa insana, onde o prêmio é justamente o que ninguém quer: tempo e energia dedicados a resolver um problema alheio. É como a clássica briga para ver quem vai lavar a louça do almoço de família. No fim, sempre sobra para quem estava quieto no seu canto, tentando só aproveitar a sobremesa.
Ah, o jeitinho brasileiro de transformar qualquer coisa em motivo de disputa, onde até a custódia vira um jogo de “passa a bola”. É de se perguntar: será que um dia a gente vai aprender a jogar no mesmo time? Ou vamos continuar nessa eterna pelada onde o gol é sempre do outro lado?