Postar um status é fácil. O problema é sobreviver às próximas 3 horas sem olhar pra ele e pensar: “quem foi que autorizou essa versão de mim?”. É que no Brasil, a nossa personalidade muda mais rápido que o clima em São Paulo. Uma hora você tá todo reflexivo com frase de Clarice Lispector (que nem era dela), e na outra já tá apagando porque a vergonha bateu com força.
A real é que postar nas redes sociais virou um esporte radical. Cada frase, cada música, cada indireta… tudo pode virar um boletim emocional que não representa mais nada depois de um café e duas mensagens não respondidas. A crise existencial agora tem 15 segundos e desaparece em menos de 24h. Ou antes, se bater o arrependimento e a autoconsciência.
E assim seguimos: editando status, deletando traços da nossa antiga versão e fingindo que nunca dissemos que “o universo conspira”. Porque convenhamos… às vezes o universo só manda boleto.