Romance ou processo? O dia em que a cantada perdeu a noção

Romance ou processo? O dia em que a cantada perdeu a noção

Existe uma linha tênue entre ser um poeta moderno e um completo sem-noção — e o Brasil, como sempre, está passeando em cima dessa linha com equilíbrio de equilibrista bêbado. Quando o assunto é cantada, então, o limite entre o charme e a vergonha alheia é ultrapassado com a mesma facilidade com que se diz “manda o pix”.

Tem gente que acha que está flertando como um galã de novela, mas na verdade está se afundando no personagem do tio do pavê. Mistura romance com piada de quinta e um toque de ousadia que só o brasileiro seria capaz de chamar de charme. A tentativa é até válida, mas o resultado é sempre o mesmo: alguém rindo de desespero e outro sendo bloqueado com categoria.

Porque, no fim das contas, o brasileiro não sabe brincar — e quando resolve usar criatividade pra conquistar, sempre sobra pra alguém dizer: “Lá vem o Lucas de novo com as cantadas nível EAD”.

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