
Tem gente que é emoção pura — chora com comercial de margarina, se apega a planta e manda “bom dia” com coração. E tem a mãe dessa conversa, que é praticamente uma entidade espiritual: imune a sentimentos desde 1998. A mulher atinge um nível de paz interior tão avançado que o Buda deve pedir dicas pra ela. A moto chegando, o filho todo carinhoso, e ela solta um “não tenho sentimento, tomo remédio” com a serenidade de quem já transcendeu o caos da vida moderna. É o tipo de sinceridade que vem com a maturidade e o cansaço de quem já lidou com boleto, chefe e grupo de WhatsApp da família. A real é que, quanto mais o tempo passa, mais a gente entende essa energia. Não é frieza, é autodefesa emocional. No fundo, essa mãe não perdeu a sensibilidade — só economiza pra não gastar com gente que não merece.






