
O mercado de trabalho brasileiro vive no modo “The Sims” com pacote de expansão impossível. As empresas querem um jovem de 22 anos com 10 anos de experiência, três idiomas, pós-graduação em Marte e, de preferência, carteira de motorista de empilhadeira. É o famoso “procura-se recém-nascido com vivência em liderança”. A imagem representa perfeitamente a lógica do RH moderno: a criançada já começa o estágio no maternal, aprendendo Excel enquanto pinta com guache. O recreio? Só se for para networking.
É que hoje em dia, o jovem trabalhador precisa nascer com LinkedIn ativo e carta de recomendação da maternidade. As exigências são tão surreais que, se seguir nesse ritmo, as próximas gerações vão sair da ultrassonografia direto para o home office. E o salário, claro, compatível com a experiência — ou seja, dois boletos vencidos e um vale-transporte. No fim das contas, a verdadeira competência é sobreviver à entrevista sem rir quando o recrutador pergunta: “Você tem experiência com pressão?”.






