
Existe algo profundamente brasileiro na sensação de acompanhar uma série por tantos anos que os personagens praticamente envelhecem junto com a gente. A imagem faz essa piada perfeitamente ao mostrar o contraste entre a primeira temporada de Stranger Things, quando o elenco ainda tinha aquele ar de crianças perdidas no universo, e uma hipotética vigésima temporada, em que eles já estariam com dor nas costas, boletos atrasados e lembrando com saudade da época em que o maior problema era um demogorgon. É a personificação perfeita do “cresceu rápido, né?”, só que numa escala tão absurda que parece até reunião de pais na escola ao invés de aventura sobrenatural.
E o mais engraçado é perceber o quanto esse exagero faz sentido. Porque basta a gente pensar no ritmo que algumas séries andam para imaginar perfeitamente os meninos de Hawkins discutindo aposentadoria e reclamando da lombar enquanto tentam fechar o portal invertido pela milionésima vez. Afinal, se tem algo que o tempo não perdoa, é protagonista de série longa demais. O futuro retratado na imagem pode ser brincadeira, mas todo mundo sabe que, se deixarem, Hollywood tenta mesmo. E nós estaremos lá, reclamando, mas assistindo.






