O dia em que o portão abriu… mas só da vergonha

O dia em que o portão abriu… mas só da vergonha

Tem momentos em que a vida resolve testar a dignidade da pessoa de maneiras altamente criativas, e a cena do portão é uma das preferidas do universo. A pessoa sai de casa toda decidida, cheia de pressa, querendo mostrar pro mundo que está vivendo uma rotina dinâmica, moderna e extremamente ocupada. Aí vem o controle do portão, esse pequeno tirano eletrônico, para baixar a realidade em um segundo. Nada humilha mais do que apertar o botão com confiança, esperando o portão abrir triunfalmente, e receber apenas o silêncio constrangedor de uma pilha que resolveu morrer sem aviso prévio. É o tipo de situação que faz qualquer adulto reconsiderar todas as escolhas de vida enquanto tenta não perder o pouco de respeito que resta na vizinhança.

E o pior é a postura: a pessoa fica ali parada, firme, tentando manter a pose como se estivesse comandando alguma coisa, quando na verdade só está empacada, segurando um controle morto e encarando o portão que a julga em silêncio. É um daqueles episódios perfeitos para lembrar que, no fim das contas, quem controla absolutamente nada é a própria vida. A gente só aperta o botão.

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