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Quando o rolê evolui da cerveja pra gasolina

Quando o rolê evolui da cerveja pra gasolina

Existe um ponto no rolê em que a diferença entre um brinde e um ritual de invocação desaparece. Começa tudo com um inocente “só uma cervejinha pra esquentar”, e termina com o sujeito acreditando que o etanol é apenas uma bebida artesanal de posto. O fígado já entrou em greve, o juízo pediu demissão e o corpo opera no modo “Deus me livre, mas quem me dera”.

O brasileiro tem essa habilidade rara de transformar qualquer líquido em motivo pra brindar. Se estiver gelado, serve. Se queimar a garganta, melhor ainda. A régua moral do rolê vai descendo junto com o copo — e o nível de dignidade acompanha. O importante é manter a tradição de acordar no outro dia jurando que “nunca mais bebe”, até a próxima sexta-feira bater na porta.

E o melhor de tudo é que, mesmo bêbado, o brasileiro ainda arranja tempo pra rir de si mesmo. Porque no fim, a gente não bebe pra esquecer — a gente bebe pra gerar conteúdo.

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Revezar não é sentar e dominar o trono da academia

Revezar não é sentar e dominar o trono da academia

Academia é aquele lugar onde a gente aprende que “revezar” pode ter mais interpretações do que uma redação do Enem. Pra alguns, significa usar a máquina intercalando séries. Pra outros, aparentemente, quer dizer: “vou sentar aqui, descansar, ocupar o espaço e você só olha”. O menino transformou o revezamento em sessão de cinema: ele treinava, fazia pausa, ficava sentado, e a colega só assistindo de camarote.

A cena é tão absurda que parece até reality show fitness. A pessoa pede pra revezar e, do nada, inventa uma regra própria: primeiro ele termina o campeonato olímpico de puxada de costas, depois talvez alguém possa usar. Parece aquele amigo que fala “vamos dividir a pizza” e depois devora sozinho metade dela.

No fim, a moça teve que colocar ordem e lembrar que academia não é trono, não é sofá da sala e muito menos cadeira cativa de estádio. Máquina de costas não é herança de família, é equipamento coletivo.

Campainha tocada, boss final desbloqueado

Campainha tocada, boss final desbloqueado

A clássica brincadeira de tocar campainha e sair correndo sempre foi a versão raiz dos videogames: adrenalina, corrida e risco de ser pego. Só que dessa vez as crianças bateram na porta errada. O marido da moça não apenas entrou no jogo, como resolveu ser o chefão da fase final. Porque, convenhamos, não tem graça só tocar e correr — a emoção verdadeira vem quando alguém sai atrás de você, de chinelo, com aquela energia de quem já pagou boletos e não tem paciência pra gracinha.

E o melhor é a justificativa: não foi vingança, não foi irritação, foi apenas garantir a “experiência completa”. Como se fosse um curso intensivo da vida: módulo 1, zoar; módulo 2, fugir; módulo 3, lidar com as consequências. Na prática, ele só atualizou a brincadeira para a versão premium.

Moral da história: cuidado ao acionar campainhas aleatórias. Às vezes você acha que está no modo diversão, mas descobre que desbloqueou o modo perseguição.

O dia em que o M virou de Mamute

O dia em que o M virou de Mamute

Você acorda cedo, manda mensagem educada, pede uma camisa roxa no tamanho M e espera apenas a resposta padrão: “Claro, Willian, já reservo pra você.” Mas não, o que chega é uma resposta atravessada que mistura bom dia com shade: tamanho M só se for de Mamute. O cara conseguiu transformar atendimento ao cliente em stand-up matinal.

E a melhor parte é o desfecho: “Ah, mas não era pra mim, era presente.” De repente, a treta vira mal-entendido, e o vendedor manda aquele “peço desculpas” como quem percebe que passou do ponto. Só que, convenhamos, a bomba já estava lançada. Esse é o típico caso em que a roupa nem chega, mas a piada já veste perfeitamente.

A lição é clara: antes de pedir camisa online, prepare-se para o roast grátis. Porque às vezes você não recebe só a encomenda, mas também um diagnóstico não solicitado sobre seu porte físico. Atendimento personalizado, literalmente.

Ele marcou o próprio nome e passou na prova da vida

Ele marcou o próprio nome e passou na prova da vida

Tem gente que estuda horas para uma prova, decora texto, faz resumo e ainda sonha com a matéria. Mas tem aluno que simplifica a vida: se a questão pergunta quem ama dinossauros, a resposta é óbvia — ele mesmo. Nem Arthur, nem Isadora, nem Nino, nem Takua. O verdadeiro fã de tiranossauro é o Willy, e ninguém vai roubar esse título. Nada mais justo que marcar o próprio nome na prova, como se fosse assinatura de contrato vitalício com o Jurassic Park.

O melhor é imaginar a correção da professora, deparando com a convicção do garoto: não era apenas uma resposta, era um grito de identidade. Afinal, como escolher outro nome se o único paleontólogo mirim da sala tem certeza absoluta de quem manda nos fósseis? Essa é a prova de que quando o coração fala mais alto, nem a gramática segura. E sinceramente, não existe gabarito que supere a força de um amor jurássico.

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