Quando a bondade vira justa causa

Essa é a clássica mistura de bondade com falta de noção. O cara atende uma ligação cinco da manhã, ouve um pedido humilde de um simples dia de folga e resolve bancar o coach da CLT: em vez de um dia, ele manda logo duas semanas. É o famoso RH paralelo, o gerente espiritual das folgas, aquele que acredita mais no descanso alheio do que o próprio sindicato. Só que, como toda boa intenção no Brasil, sempre tem um efeito colateral. O presente de férias surpresa acabou virando pacote de demissão deluxe, com direito a raiva da colega que achou o verdadeiro culpado no Facebook.
A situação é tão brasileira que dava até pra virar meme motivacional: “seja gentil, mas não se intrometa no trampo dos outros”. E, cá entre nós, se a moda pega, muita gente ia estar sendo demitida por excesso de “empatia terceirizada”. O cara só queria ajudar e acabou virando o vilão de uma história que nem era dele.




