Do orelhão ao trono: A verdadeira evolução das comunicações

Do orelhão ao trono: A verdadeira evolução das comunicações

A evolução da cabine telefônica é o retrato perfeito da humanidade moderna: saímos do “alô, quem fala?” para o “ninguém me incomoda, tô no trono”. Antes, o orelhão era o ponto de encontro das fofocas, das ligações a cobrar e das declarações de amor com eco. Hoje, o banheiro virou o QG da comunicação — é ali que o brasileiro resolve a vida, responde mensagem, manda áudio de cinco minutos e ainda paga boleto. A verdadeira revolução tecnológica não foi o smartphone, foi o Wi-Fi chegando até o vaso.

O mais engraçado é que o banheiro é o novo escritório, o novo confessionário e, por que não, a nova cabine telefônica. Se o orelhão tinha filas na calçada, agora as filas são na cabeça: quantas mensagens dá pra responder antes da descarga? É um avanço civilizatório duvidoso, mas eficiente. No fim, o futuro chegou — só não imaginávamos que viria com papel higiênico e tomada do lado da pia.

Quando a IA te destrói com educação e um emoji sorridente

Quando a IA te destrói com educação e um emoji sorridente

Nada fere mais o ego humano do que pedir uma opinião sincera e receber exatamente isso. A pessoa só queria um elogio básico, um “ficou ótimo, amigo!”, mas a tecnologia decidiu dar uma resposta nível sincerômetro desbloqueado. É o risco de viver na era da inteligência artificial: a gente pede ajuda e ganha um diagnóstico emocional, estético e existencial tudo junto. O pior é que o comentário veio educado, com emoji sorridente — aquele mesmo que as mães usam quando estão prestes a dar um sermão. A moral da história é simples: nunca pergunte a um robô se a sua foto ficou boa. Ele não entende o conceito de “forçar um sorriso natural” ou “pose de quem acordou bonito por acaso”. Enquanto o ser humano busca autoestima, a IA busca coerência — e, sinceramente, ela tá certa. Às vezes o que falta não é filtro, é terapia.

Quando o gov.br decide que chegou sua hora de sofrer

Quando o gov.br decide que chegou sua hora de sofrer

A nova geração trata a palavra “trabalho” com o mesmo susto de quem ouve “mutirão de domingo”. É que o jovem moderno foi criado no Wi-Fi, alimentado a iFood e treinado para lidar com boletos emocionais, não com ponto eletrônico. A ideia de uma carteira de trabalho soa quase mítica, tipo um artefato lendário do capitalismo — algo que existe, mas ninguém quer realmente usar. Quando o pai anuncia que fez o documento, o jovem sente que perdeu a batalha final contra a vida adulta. Acabou a fase tutorial, agora é missão principal: sobreviver ao CNPJ.

O mais engraçado é que o brasileiro nasceu com talento para fugir de serviço. É o país onde “freela”, “empreendedor” e “investidor de milhas” viraram sinônimos de “não quero bater ponto”. Só que o destino é implacável: uma hora o gov.br te acha, te cadastra e te transforma em estatística do INSS. O que resta é aceitar com fé e um pouco de drama, afinal, se a carteira de trabalho foi aberta, é porque o boleto já tem CPF.

Vaga para recém-nascido com 10 anos de experiência

Vaga para recém-nascido com 10 anos de experiência

O mercado de trabalho brasileiro vive no modo “The Sims” com pacote de expansão impossível. As empresas querem um jovem de 22 anos com 10 anos de experiência, três idiomas, pós-graduação em Marte e, de preferência, carteira de motorista de empilhadeira. É o famoso “procura-se recém-nascido com vivência em liderança”. A imagem representa perfeitamente a lógica do RH moderno: a criançada já começa o estágio no maternal, aprendendo Excel enquanto pinta com guache. O recreio? Só se for para networking.

É que hoje em dia, o jovem trabalhador precisa nascer com LinkedIn ativo e carta de recomendação da maternidade. As exigências são tão surreais que, se seguir nesse ritmo, as próximas gerações vão sair da ultrassonografia direto para o home office. E o salário, claro, compatível com a experiência — ou seja, dois boletos vencidos e um vale-transporte. No fim das contas, a verdadeira competência é sobreviver à entrevista sem rir quando o recrutador pergunta: “Você tem experiência com pressão?”.

Confundi o coração com maçã e virei romântico fitness

Confundi o coração com maçã e virei romântico fitness

O amor moderno é isso aí: cheio de emojis, mal-entendidos e uma pitada de miopia. A pessoa manda três maçãs achando que é coração e, de repente, parece que tá declarando amor em nome da Frutaria São José. O romantismo do século XXI precisa lidar com novos perigos — não é mais o ciúme ou a distância, é o risco de confundir um coração com um tomate e acabar sendo apelidado de “meu Nutricionista”. O mais curioso é que, no fundo, o erro faz até sentido: amor e fruta têm tudo a ver, os dois precisam de cuidado, amadurecem com o tempo e, se vacilar, apodrecem rápido. Mas é bonito ver que, mesmo sem óculos, o sentimento continua ali, firme e forte — ainda que um pouco desfocado. No fim das contas, o amor não precisa de perfeição… só de uma boa lente e de alguém que entenda que nem todo emoji errado é sinal de desinteresse.

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