O brasileiro tem um talento inato pra distorcer o tempo de acordo com a conveniência emocional. Se a pessoa faz 99 anos, ela é praticamente um bebê em fase de crescimento, pronta pra começar a vida — “ainda tá novo, dá pra viver muito ainda!” Mas se faz 18? Pronto, já começa a piada de que tá velho, que daqui a pouco é aposentadoria, dor na lombar e vontade de dormir às 21h.
O envelhecimento no Brasil não é cronológico, é cômico. Tem mais a ver com o número de boletos do que com o número de velinhas no bolo. E no fundo, a gente só quer mesmo é manter o espírito jovem — nem que seja só pra continuar rindo dessas verdades que doem mais que dor na coluna.