O único trio que fiz foi: eu, a ilusão e o print

O único trio que fiz foi: eu, a ilusão e o print

O brasileiro não tem um minuto de paz, nem no amor. A pessoa mal termina de digitar “vamos fazer um trio?” e o coração já dispara. É o tipo de frase que deixa qualquer romântico no modo filme da Disney: imaginando jantar à luz de velas, aliança no bolso e trilha sonora da Sandy & Junior tocando ao fundo. A resposta vem: “Vamos, amorrr” — pronto, o coração disparou, a alma já foi buscar a certidão de casamento e um pix pro fotógrafo.

Mas aí… a rasteira da vida. A continuação da mensagem chega como tapa de chinelo Havaianas: “Vai chamar aquele teu amigo da academia?” Com emoji de risadinha ainda, pra mostrar que o golpe é com finesse. E o brasileiro romântico — coitado — que achava que o trio era ele, a pessoa amada e a conta conjunta no banco, agora percebe que está prestes a ser substituído por um tanquinho de abdominal e bíceps que se apresentam sozinhos.

A única coisa que resta é tentar salvar a dignidade, com uma última cartada poética. Mas aí é que mora a tragédia: a poesia vira meme. “Eu, você e toda a vida” — frase digna de tatuagem na costela — agora serve só pra virar punchline de sofrimento. E é nesse momento que o brasileiro não chora com lágrimas… chora com memes, stickers de gatinho triste e aquela música da Marília Mendonça tocando baixinho no fundo.

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