No Brasil, o pedido de empréstimo vem sempre com um combo: saudade repentina, promessa de pagamento com juros e a clássica frase “é só até o mês que vem, juro por tudo que é mais sagrado”. O problema é que, no fim das contas, o que é sagrado mesmo é o seu nome no Serasa se você cair nessa.
A lógica do devedor brasileiro é simples: se colar, colou. E se você questiona demais, você que é o errado. Porque pedir 100 reais dizendo que vai pagar juros virou a nova forma de demonstrar afeto. “Quem ama, empresta” — já dizia ninguém sensato.
Mas a parte mais filosófica do rolê é quando o devedor entra no modo passivo-agressivo. Não bastava pedir dinheiro, agora ainda exige que a negativa venha com massagem emocional. Se você ousar usar argumentos racionais, imediatamente vira o vilão do rolê: “Se não quer emprestar, é só falar” — e pronto, você foi promovido de amigo pra agiota frio e calculista em questão de segundos.
É por isso que no Brasil, o PIX é instantâneo… mas o retorno, eterno mistério.