Quando dizem que novela brasileira mexe com o coração do povo, não é exagero. Tem gente que chora, tem gente que comenta na fila do mercado, mas sempre existe aquele fã raiz que leva a experiência para outro nível. O sujeito não só assistia Pantanal, ele incorporou o personagem: chapéu, roupa de peão e até um berrante para anunciar o início da trama. Era praticamente o “Globo Rural” em versão condomínio.
Imagina o desespero dos vizinhos: todo mundo preparando a janta, e de repente um berrante ecoa pelo prédio como se tivesse começado uma cavalgada coletiva. Mais eficiente que o sinal da novela no “plim plim”. A TV podia até atrasar a programação, mas o berrante não falhava. Era pontual, sagrado, ritualístico.
No fundo, esse vizinho só foi pioneiro do cosplay de novela. Hoje em dia, com maratonas e fandoms, seria chamado de “criador de conteúdo imersivo”. Na época, era só o maluco do berrante. Mas maluco com estilo.