Brasileiro não vive, ele sobrevive aos ataques cardíacos do WhatsApp

Brasileiro não vive, ele sobrevive aos ataques cardíacos do WhatsApp

O brasileiro não pode ver uma oportunidade de causar um mini ataque cardíaco gratuito que já se joga de cabeça. Se a tecnologia nos deu mensagens instantâneas, a gente retribuiu com joguinhos psicológicos e pegadinhas de alto nível. A arte de deixar a outra pessoa confusa é praticamente um patrimônio cultural, passado de geração em geração, aperfeiçoado a cada atualização do WhatsApp.

Primeiro, o suspense. Uma frase solta, misteriosa, que joga a vítima no abismo da curiosidade: “Eu já sei de tudo.” Pronto. Em menos de um segundo, o cérebro da pessoa já tá fazendo retrospectiva da vida inteira, procurando alguma besteira que fez desde 2012. O desespero começa a bater.

Aí vem o segundo golpe: a insistência em não revelar de cara. “Não adianta disfarçar.” Pronto, agora ferrou de vez. O pânico se instala, o suor escorre e a respiração já tá quase virando um ASMR de terror. A mente começa a arquitetar desculpas para coisas que nem aconteceram.

E quando finalmente a vítima está à beira do colapso, prestes a confessar até o que não fez, o golpista do WhatsApp solta o grande desfecho: “Mentira, só queria ver sua reação.” Como se a adrenalina disparada, o coração na boca e os três cenários de desgraça mentalmente planejados não contassem.

Essa é a verdadeira cultura brasileira. A gente não precisa de montanha-russa para sentir emoção, basta uma mensagem vaga no WhatsApp.

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