Quando o gov.br decide que chegou sua hora de sofrer

Quando o gov.br decide que chegou sua hora de sofrer

A nova geração trata a palavra “trabalho” com o mesmo susto de quem ouve “mutirão de domingo”. É que o jovem moderno foi criado no Wi-Fi, alimentado a iFood e treinado para lidar com boletos emocionais, não com ponto eletrônico. A ideia de uma carteira de trabalho soa quase mítica, tipo um artefato lendário do capitalismo — algo que existe, mas ninguém quer realmente usar. Quando o pai anuncia que fez o documento, o jovem sente que perdeu a batalha final contra a vida adulta. Acabou a fase tutorial, agora é missão principal: sobreviver ao CNPJ.

O mais engraçado é que o brasileiro nasceu com talento para fugir de serviço. É o país onde “freela”, “empreendedor” e “investidor de milhas” viraram sinônimos de “não quero bater ponto”. Só que o destino é implacável: uma hora o gov.br te acha, te cadastra e te transforma em estatística do INSS. O que resta é aceitar com fé e um pouco de drama, afinal, se a carteira de trabalho foi aberta, é porque o boleto já tem CPF.

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