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Do orelhão ao trono: A verdadeira evolução das comunicações

Do orelhão ao trono: A verdadeira evolução das comunicações

A evolução da cabine telefônica é o retrato perfeito da humanidade moderna: saímos do “alô, quem fala?” para o “ninguém me incomoda, tô no trono”. Antes, o orelhão era o ponto de encontro das fofocas, das ligações a cobrar e das declarações de amor com eco. Hoje, o banheiro virou o QG da comunicação — é ali que o brasileiro resolve a vida, responde mensagem, manda áudio de cinco minutos e ainda paga boleto. A verdadeira revolução tecnológica não foi o smartphone, foi o Wi-Fi chegando até o vaso.

O mais engraçado é que o banheiro é o novo escritório, o novo confessionário e, por que não, a nova cabine telefônica. Se o orelhão tinha filas na calçada, agora as filas são na cabeça: quantas mensagens dá pra responder antes da descarga? É um avanço civilizatório duvidoso, mas eficiente. No fim, o futuro chegou — só não imaginávamos que viria com papel higiênico e tomada do lado da pia.

Vaga para recém-nascido com 10 anos de experiência

Vaga para recém-nascido com 10 anos de experiência

O mercado de trabalho brasileiro vive no modo “The Sims” com pacote de expansão impossível. As empresas querem um jovem de 22 anos com 10 anos de experiência, três idiomas, pós-graduação em Marte e, de preferência, carteira de motorista de empilhadeira. É o famoso “procura-se recém-nascido com vivência em liderança”. A imagem representa perfeitamente a lógica do RH moderno: a criançada já começa o estágio no maternal, aprendendo Excel enquanto pinta com guache. O recreio? Só se for para networking.

É que hoje em dia, o jovem trabalhador precisa nascer com LinkedIn ativo e carta de recomendação da maternidade. As exigências são tão surreais que, se seguir nesse ritmo, as próximas gerações vão sair da ultrassonografia direto para o home office. E o salário, claro, compatível com a experiência — ou seja, dois boletos vencidos e um vale-transporte. No fim das contas, a verdadeira competência é sobreviver à entrevista sem rir quando o recrutador pergunta: “Você tem experiência com pressão?”.

Frete grátis: A odisseia Marítima da Shopee

Frete grátis: A odisseia Marítima da Shopee

O frete grátis da Shopee é uma verdadeira aventura marítima — um milagre logístico que desafia as leis da física, da paciência e da sanidade. A gente compra um cabo de celular por R$ 2,99, e ele vem de navio, bicicleta, jumento e talvez até de carona com um golfinho. Agora tudo faz sentido: o motivo do prazo de entrega ser “entre 15 e 97 dias úteis” é porque o pacote tá literalmente cruzando o oceano num barquinho movido a esperança. E o melhor é que chega! Amassado, sujo, com um leve cheiro de gasolina e maresia, mas chega.

Enquanto isso, o brasileiro acompanha a saga pelo rastreio como se fosse série da Netflix. Cada atualização é uma emoção: “Saiu do centro de distribuição da Malásia”, “Parou em Dubai”, “Em trânsito há 43 dias”. A gente nem liga mais se o produto vem certo — o importante é ver o herói do barquinho vencer as ondas e entregar aquele pacote de meia luminosa com LED piscando.

Geração do Negativo: enxergava nada, mas acreditava em tudo

Geração do Negativo: enxergava nada, mas acreditava em tudo

Ser da geração que tentava decifrar o negativo da foto é basicamente ter um diploma em “imaginação avançada”. Era um exercício de fé e visão além do alcance: a pessoa levantava o filme contra a luz achando que ia enxergar um retrato nítido, mas tudo que via era um borrão alaranjado com fantasmas invertidos. E ainda tinha sempre alguém que jurava saber o que era — “olha aqui, é a vó sorrindo!” — quando, na verdade, era um poste. A emoção de revelar fotos era uma verdadeira roleta russa: ninguém sabia se sairia uma lembrança linda ou um registro permanente de olhos fechados e dedo na lente. A juventude de hoje nunca vai entender o suspense de esperar uma semana pra descobrir que metade das fotos do aniversário saiu preta. Era um tempo mais simples, em que não existia “modo retrato”, mas todo mundo tinha história pra contar — inclusive as fotos tremidas.

Me pediram o RG e agora acredito novamente na beleza da vida

Me pediram o RG e agora acredito novamente na beleza da vida

Ser confundido com alguém mais jovem é o tipo de elogio que vem sem aviso e derruba qualquer autoestima que andava tropeçando por aí. A pessoa pode ter passado a semana reclamando de dor nas costas, pesquisado “cadeiras ergonômicas” e dito “na minha época” três vezes no mesmo dia — mas bastou alguém pedir o RG pra ela renascer em 2007. É o botox emocional da vida adulta. O cérebro entra em modo adolescente automático, o coração faz moonwalk e, por alguns segundos, o boleto do cartão de crédito simplesmente deixa de existir. Claro que o efeito dura pouco, porque logo depois vem o espelho, a conta de luz e o lembrete do ortopedista. Mas enquanto dura, é magia pura. O melhor de tudo é que quem vive esse momento nem agradece, só reage com um “VOCÊ ACHA MESMO ISSO?” em tom de histeria misturada com gratidão.

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