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De best-seller a calço de cama: o triste fim de um livro emprestado!

De best-seller a calço de cama: o triste fim de um livro emprestado!

No Brasil, o destino de um livro emprestado é um verdadeiro mistério. Pode voltar com marcas de café, anotações existencialistas do tipo “voltar terapia” ou, no pior dos casos, pode simplesmente não voltar — ser sugado pelo Triângulo das Bermudas do afeto literário: a casa do amigo. E quando volta, volta assim: rebaixado de obra intelectual a peça estrutural de marcenaria improvisada.

Porque aqui, se não tem calço de borracha, vai de literatura mesmo. Livro, para muita gente, não é só cultura — é item multiuso: serve pra segurar a cama, equilibrar a geladeira, prensar inseto e até apoiar aquele ventilador que gira igual uma hélice bêbada. A biblioteconomia no Brasil é adaptativa: vai de Kafka ao feng shui de móveis em dois palitos.

E se o autor soubesse o uso alternativo da própria obra? Talvez reescrevesse a sinopse: “Um romance gótico com final trágico — especialmente se for esmagado pela perna da sua cama box.” Isso sim é literatura de peso, literalmente.

A verdade é que no país onde a gambiarra é patrimônio imaterial, o livro não escapa da reinvenção. Mas no fundo, é até poético: mesmo sem ser lido, ele sustenta uma estrutura. Não é isso que a arte faz com a sociedade?

Dar em cima da mina alheia: o novo plano de carreira do coach de casais!

Dar em cima da mina alheia: o novo plano de carreira do coach de casais!

Ah, o Brasil: onde até a concorrência amorosa vira incentivo de produtividade! Porque aqui, meu amigo, fidelidade virou KPI de relacionamento. Tá achando que namorar é só postar story junto na pizzaria e marcar “meu tudão”? Não, não. Tem que ter manutenção, revisão e alinhamento de valores — senão vem o flerte da concorrência fazer orçamento.

O brasileiro não tem paz nem no amor. Se não bastasse disputar vaga de emprego, enfrentar fila de SUS e boleto vencido, agora também precisa disputar a própria namorada no mercado emocional. Isso aqui virou reality show: “Namoro ou Dou Match?”, apresentado por alguém que definitivamente já foi bloqueado no WhatsApp por “não saber a hora de parar”.

E essa nova filosofia é tipo a da academia: “Malha não pra ficar forte, mas pra impedir que outro fique mais forte que você”. Um relacionamento saudável agora exige autoestima, diálogo… e vigilância 24h no modo LinkedIn: “em busca de melhorar sempre, mesmo que seja por medo de ser substituído”.

Mas a real é que isso aqui é muito Brasil: a gente mete ética na marra, humor na tragédia e vira coach de relacionamento alheio só porque não sabe ficar quieto. E no fim, se alguém questionar, ainda vem com aquele velho argumento filosófico do Zé Ruela: “Mas eu só tô ajudando ele a evoluir como homem!”

Entre tábuas de frios e solidão gourmet: o drama do solteiro gourmetizado

Entre tábuas de frios e solidão gourmet: o drama do solteiro gourmetizado

A inveja bate diferente quando a foto da geladeira do casal parece mais cardápio de restaurante chique do que lanche de quem já tá há cinco anos dividindo a senha do Wi-Fi. Enquanto uns estão vivendo o amor regado a morango, salame importado e gin tônica artesanal, outros estão no 2º miojo da semana — e ainda queimado.

Ser solteiro em 2025 é basicamente um reality show onde o prêmio é um copo d’água e a janta é o que sobrou do almoço da mãe no domingo passado. A tábua de frios virou novo símbolo de estabilidade emocional e a vida de casado parece mais atraente que sorte grande da Mega-Sena.

“Não sei fazer” é o novo “não tô afim”: a arte de fugir das tarefas em modo hard

“Não sei fazer” é o novo “não tô afim”: a arte de fugir das tarefas em modo hard

A síndrome do “não sei fazer” só aparece quando envolve pano de chão, pia cheia ou tampa de privada. Mas basta ser volante de time da Série C ou missão secreta no game que vira autodidata em 15 minutos. É o famoso doutorado em desinteresse doméstico com pós-graduação em fuga estratégica da responsabilidade.

A memória é seletiva: esquece o nome da professora do filho, mas sabe quantas assistências o lateral-esquerdo deu em 2014. O botão do fogão é um mistério indecifrável, mas o menu do videogame ele navega igual hacker profissional. A verdade é uma só: quem quer, arranja jeito. Quem não quer, finge que é incompetente e ainda ganha um lanchinho.

Ser esperto todo dia? Só se quiser dobrar a carga horária!

Ser esperto todo dia? Só se quiser dobrar a carga horária!

Tem gente que não é burro nem nada… só tá economizando inteligência pra não virar referência na firma. Porque no Brasil, o prêmio por mostrar competência é ganhar mais trampo, mais responsabilidade e, com sorte, uma marmita fria no fim do expediente. O verdadeiro gênio é aquele que dosa o QI como se fosse pacote de dados: só usa quando realmente precisa.

Na selva corporativa nacional, o lema é claro — “quem sabe, se esconde”. Afinal, ser medíocre com estratégia é quase um superpoder. O trabalhador raiz já entendeu que o segredo da paz mental é parecer ligeiramente confuso, mas nunca completamente inútil. É tipo jogar no modo fácil, fingindo que o controle tá com defeito.

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