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Zerou o God of War, mas não zerou a problematização

Zerou o God of War, mas não zerou a problematização

A internet é realmente um lugar mágico: alguém fala que zerou um jogo e imediatamente surge um PhD em problematização digital pra transformar o simples ato de apertar botão em tese de doutorado. O sujeito mal termina de derrotar o último chefão e já tem gente analisando se o machado do Kratos representa a masculinidade tóxica ou se a barba dele deveria ter mais diversidade capilar. É como se não bastasse zerar o jogo, agora também precisa zerar as pautas sociais, os debates filosóficos e, quem sabe, até o dicionário de sinônimos.

E a melhor parte é que nunca falta quem cobre inclusão até em mitologia nórdica. Como se Odin fosse abrir uma assembleia no Valhalla e dizer: “gente, precisamos de representatividade na próxima saga”. A internet não perdoa: até no meio do apocalipse mitológico, alguém ainda vai reclamar que Thor não usou pronomes neutros.

No fim, a lição é clara: não importa o jogo, sempre vai ter um “boss final” que se chama comentário alheio.

O julgamento injusto do pum alheio

O julgamento injusto do pum alheio

A vida tem dessas injustiças sonoras que marcam a reputação de uma pessoa. Você pode passar anos construindo uma imagem séria, educada, quase refinada, mas basta estar no raio de alcance de um pum aleatório que sua biografia inteira é reescrita na mente dos outros. O pior é que a física não ajuda: o som viaja, ecoa, rebate nas paredes e sempre cai no colo do inocente mais próximo. A verdadeira lei de Murphy dos gases.

E ainda existe o julgamento social: se vem de alguém bem arrumado, de salto ou terno, parece que automaticamente ganha um passe livre, tipo “ah, não foi ela, impossível”. Agora, se a vítima é a pessoa distraída do lado, pronto: vira o culpado oficial. E ninguém aceita testemunho em casos de pum, porque todo mundo quer resolver o mistério rápido. Resultado: um inocente pagando penitência por uma flatulência alheia.

No fim das contas, pum é como fake news: não importa a origem, o estrago sempre cai em quem não tem nada a ver.

Velhice feminina em república, velhice masculina em solidão

Velhice feminina em república, velhice masculina em solidão

A teoria faz sentido: na velhice, as mulheres vão estar morando juntas em verdadeiros “condomínios da amizade”, cheios de vinho barato, séries de streaming e fofoca fresca. Vai ter até campeonato de quem lembra mais novela da década de 90, com prêmios em crochê. Já os homens, esses sim vão acabar isolados, tentando consertar uma lâmpada que nem queimou, só pra ter alguma emoção.

Enquanto elas organizam festas do pijama com karaokê de Zezé Di Camargo, os caras vão estar sozinhos discutindo futebol com a televisão, respondendo ao narrador como se fosse amigo de infância. É a prova de que aprender a se comunicar salva até na aposentadoria. Porque se depender de “grunhidos” de churrasco e frases de três palavras como “tá caro isso”, a solidão é garantida.

No fim das contas, a velhice feminina vai parecer um reality show divertido, e a masculina, um tutorial eterno de “como não pedir ajuda nunca”.

Voltar pra 1995: Sem internet, mas com chance no concurso

Voltar pra 1995: Sem internet, mas com chance no concurso

Acordar em 1995 sem Wi-Fi e sem celular seria praticamente um retiro espiritual forçado. Imagina o choque de uma geração que hoje surta se o 4G cai por cinco minutos. Em 95, a maior treta tecnológica era rebobinar a fita da locadora antes de devolver, senão pagava multa. E quem quisesse dar aquela stalkeada teria que abrir uma lista telefônica do tamanho de um tijolo e rezar pra pessoa não estar com o número “não identificado”.

Enquanto hoje as notificações são sobre Pix ou boleto, na época o auge era receber uma ligação a cobrar com aquele “diz que me ama rapidinho porque é caro”. O comentário do cara sobre concurso foi certeiro: em 95, bastava saber escrever “cachorro” sem “x” pra passar na prova. Não tinha essa concorrência de 10 mil candidatos pra 3 vagas. Era quase garantia de estabilidade vitalícia, junto com vale-coxinha na cantina.

Resumo: voltar pra 95 pode até não ter Wi-Fi, mas pelo menos tinha esperança.

O dia em que o cachorro foi acusado injustamente de roubar o chinelo

O dia em que o cachorro foi acusado injustamente de roubar o chinelo

Cachorro e chinelo: uma dupla mais tradicional que arroz com feijão. Todo dono já sabe que, se o pet desaparecer e um chinelo também sumir, é porque os dois estão juntos em algum lugar. E a cena é sempre a mesma: o cachorro feliz da vida, rabo abanando, e o dono desesperado procurando o par perdido. O mais curioso é que os bichos parecem ter um radar especial para escolher justamente aquele chinelo novo, o único que não está gasto e que custou caro.

A conversa mostra o nível de confiança entre vizinhos no Brasil: ninguém pergunta se o cachorro está bem, a dúvida é se ele levou algum calçado junto. O animal já virou praticamente uma entidade responsável por controlar o estoque de Havaianas do bairro. Se bobear, logo aparece anúncio em grupo de Facebook: “Procura-se chinelo, último paradeiro visto na boca do cachorro do vizinho”. No fim, o cachorro tá lá, pleno, sem chinelo, provando que nem sempre o crime é dele.

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