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Sub-Lápide: Jovem demais pra morrer, velho demais pra ser trendy

Sub-Lápide: Jovem demais pra morrer, velho demais pra ser trendy

A categoria sub-lápide é a prova de que a vida inventou um limbo etário só pra confundir a gente. Aos 53 anos, você não é jovem o bastante pra entrar na turma do “novo de 30”, mas também não é velho o suficiente pra ganhar carteirinha VIP do grupo da terceira idade que viaja de excursão e ganha desconto no cinema. É aquele ponto em que, se bater as botas, a galera solta um “poxa, tão jovem”, mas se entrar na capoeira já vira a tia respeitável que todo mundo ajuda a levantar.

É quase um bug no sistema da vida: você é jovem demais pra morrer, mas velho demais pra não virar a referência de idade em qualquer lugar. Academia? “Olha o tiozão fitness aí”. Curso de dança? “Chegou a experiente da turma”. Resumindo: é viver no eterno meio-termo, um estágio onde a única certeza é que o Google já começa a oferecer anúncios de colágeno e plano funerário ao mesmo tempo.

Multado pelo Detran do amor e reprovado no exame da cantada

Multado pelo Detran do amor e reprovado no exame da cantada

Quando o brasileiro resolve ser romântico, é sempre com criatividade duvidosa. Tem gente que manda flores, tem gente que escreve poesia… e tem quem apareça com um “boa noite, aqui é do Detran” achando que inventou a cantada do século. É impressionante como a mistura de paixão e vergonha alheia pode caber em três linhas de texto. O cara conseguiu transformar o órgão de trânsito em cupido, mas esqueceu de passar no departamento de bom senso antes.

O detalhe é que a vítima da cantada não só não se deixou levar, como aplicou a verdadeira multa que ele merecia: infração gravíssima por excesso de cabacisse. Nesse ponto, não tem recurso, não tem advogado que resolva, e muito menos pontos na carteira – só pontos no currículo de fracassos amorosos. Moral da história: quem confunde declaração com boletim de ocorrência do Detran merece mesmo levar a famosa multa educativa da internet.

Quando até o cartão te coloca na mesma fila da esperança

Quando até o cartão te coloca na mesma fila da esperança

Ser humilhado pelo próprio cartão já é constrangedor. Agora, ser consolado pela pessoa que você estava tentando ajudar é um combo que só acontece no Brasil. A cena é tão simbólica que poderia virar slogan de banco: “Aqui, até o sem-teto confia mais que seu cartão”. E o pior é que o cara na rua ainda dá a maior lição de vida: solidariedade compartilhada, fila da esperança e uma coxinha que nunca chega. A vida financeira do brasileiro é tão complicada que até na hora de praticar bondade a maquininha de cartão resolve ser seletiva. O banco não perdoa: coxinha negada, mas juros aceitos sem pensar duas vezes.

Enquanto isso, do lado de fora, surge a verdadeira irmandade: dois seres humanos unidos não pela comida, mas pela espera de um Pix milagroso. É oficial: no Brasil, até a solidariedade precisa passar pelo crédito aprovado.

Aniversário reverso – O jeito brasileiro de enganar o tempo

Aniversário reverso – O jeito brasileiro de enganar o tempo

Aniversário reverso é o tipo de invenção que só poderia nascer no zap brasileiro. Enquanto a galera se preocupa em esconder a idade no Instagram, já tem gente desafiando as leis da matemática: ao invés de somar anos, subtrai. É o verdadeiro “rejuvenescimento quântico”. A cada vela apagada, menos um na certidão.

Imagina que maravilha: você começa com 18, chega nos 30 voltando pros 20, e aos 50 já tá oficialmente liberado pra pedir lanche infantil no McDonald’s sem constrangimento. O problema é explicar isso pro INSS… “Senhor, o senhor disse que tinha 65 ano passado, como tá com 62 agora?” E a pessoa responde: “É que meu aniversário é reverso, moça, logo logo volto a ser jovem aprendiz”. Se essa moda pega, já era pra todo mundo: ninguém mais envelhece, a farmácia fecha o setor de creme anti-idade e a escola tem lista de espera de adultos querendo repetir a quinta série.

Matemática do aluguel: o cálculo que só funciona na casa dos outros

Matemática do aluguel: o cálculo que só funciona na casa dos outros

Existe sempre aquela conta rápida que parece resolver todos os problemas da vida. “Se você guardar 5 reais por dia, em 50 anos terá um carro zero”. Maravilha, só esqueceram de avisar que nesses 50 anos o carro já vai estar custando o triplo. A matemática do aluguel segue o mesmo padrão: parece simples, mas na prática só dá vontade de pedir abrigo na casa da Laura. Afinal, enquanto uns sonham com consórcio, outros já estão calculando quantos pratos de arroz com feijão cabem em R$1.500.

A grande verdade é que no Brasil todo mundo já é formado em fazer conta mental: divide boleto, multiplica dívida, subtrai paciência e soma esperança. No fim, dá no mesmo — ou você paga aluguel, ou paga financiamento, ou paga terapia pra lidar com os dois. A real solução seria achar alguém disposto a oferecer hospedagem gratuita por 10 anos. Aí sim, investimento certeiro: zero juros, café incluso e ainda sobra pra pizza da sexta-feira.

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