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Manda foto de agora e ganha uma crise existencial grátis

Manda foto de agora e ganha uma crise existencial grátis

No Brasil, pedir uma foto “de agora” é abrir uma porta direta pro multiverso da filosofia. Porque aqui, a paquera não é só cantada — é tese de mestrado com citação de Kant e supervisão do professor Clóvis de Barros Filho. O “manda foto de agora” virou um convite à reflexão sobre a fluidez do tempo, o colapso da matéria e a ineficácia dos filtros do Instagram frente à entropia.

Na prática, o que chamamos de “agora” já virou passado antes mesmo do print. A selfie é um registro do que foi, enviado em um presente que já não é, para ser visto em um futuro que vai ficar no vácuo. Resumindo: amor na era quântica é complicado, especialmente quando envolve Wi-Fi instável e crises existenciais.

E o pior é que a pessoa só queria uma foto do rosto, mas recebeu uma aula de metafísica digna de nota no ENEM. Resultado: zero beijo na boca, mas cem pontos na redação.

Os ovos estavam sob as bananas e esse supermercado virou uma parábola moderna

Os ovos estavam sob as bananas e esse supermercado virou uma parábola moderna

Se o Brasil fosse um supermercado, a lógica seria opcional e o layout feito por um poeta pós-moderno com queda por duplo sentido. A seção de frutas e derivados virou praticamente uma charada visual. Porque sim: os ovos estão embaixo das bananas. E não é metáfora, é logística criativa mesmo. O empacotador brasileiro não organiza, ele roteiriza.

Nesse país, até o supermercado treina a gente pra interpretar camadas. Literalmente. Quer leite? Tá atrás do corredor do sabão. Farinha? Fica ao lado da ração de gato, claro. E os ovos? Bom… eles agora nasceram das bananas. Uma aliança simbólica entre potássio e proteína. Um verdadeiro plot twist nutricional.

Mas tem lógica, sim: você sai de casa querendo só um pão, volta com reflexão filosófica e dúvida existencial. Porque se os ovos estão sob as bananas, onde será que a dignidade humana se esconde? Talvez atrás da prateleira do café solúvel, que é onde os sonhos vão pra tirar cochilo.

A verdade é que, aqui, a feira é tão confusa que só falta precisar de GPS. E ainda assim a gente agradece ao moço que explicou tudo com respeito e clareza. Afinal, ele é praticamente um guia espiritual da quitanda.

De best-seller a calço de cama: o triste fim de um livro emprestado!

De best-seller a calço de cama: o triste fim de um livro emprestado!

No Brasil, o destino de um livro emprestado é um verdadeiro mistério. Pode voltar com marcas de café, anotações existencialistas do tipo “voltar terapia” ou, no pior dos casos, pode simplesmente não voltar — ser sugado pelo Triângulo das Bermudas do afeto literário: a casa do amigo. E quando volta, volta assim: rebaixado de obra intelectual a peça estrutural de marcenaria improvisada.

Porque aqui, se não tem calço de borracha, vai de literatura mesmo. Livro, para muita gente, não é só cultura — é item multiuso: serve pra segurar a cama, equilibrar a geladeira, prensar inseto e até apoiar aquele ventilador que gira igual uma hélice bêbada. A biblioteconomia no Brasil é adaptativa: vai de Kafka ao feng shui de móveis em dois palitos.

E se o autor soubesse o uso alternativo da própria obra? Talvez reescrevesse a sinopse: “Um romance gótico com final trágico — especialmente se for esmagado pela perna da sua cama box.” Isso sim é literatura de peso, literalmente.

A verdade é que no país onde a gambiarra é patrimônio imaterial, o livro não escapa da reinvenção. Mas no fundo, é até poético: mesmo sem ser lido, ele sustenta uma estrutura. Não é isso que a arte faz com a sociedade?

Dar em cima da mina alheia: o novo plano de carreira do coach de casais!

Dar em cima da mina alheia: o novo plano de carreira do coach de casais!

Ah, o Brasil: onde até a concorrência amorosa vira incentivo de produtividade! Porque aqui, meu amigo, fidelidade virou KPI de relacionamento. Tá achando que namorar é só postar story junto na pizzaria e marcar “meu tudão”? Não, não. Tem que ter manutenção, revisão e alinhamento de valores — senão vem o flerte da concorrência fazer orçamento.

O brasileiro não tem paz nem no amor. Se não bastasse disputar vaga de emprego, enfrentar fila de SUS e boleto vencido, agora também precisa disputar a própria namorada no mercado emocional. Isso aqui virou reality show: “Namoro ou Dou Match?”, apresentado por alguém que definitivamente já foi bloqueado no WhatsApp por “não saber a hora de parar”.

E essa nova filosofia é tipo a da academia: “Malha não pra ficar forte, mas pra impedir que outro fique mais forte que você”. Um relacionamento saudável agora exige autoestima, diálogo… e vigilância 24h no modo LinkedIn: “em busca de melhorar sempre, mesmo que seja por medo de ser substituído”.

Mas a real é que isso aqui é muito Brasil: a gente mete ética na marra, humor na tragédia e vira coach de relacionamento alheio só porque não sabe ficar quieto. E no fim, se alguém questionar, ainda vem com aquele velho argumento filosófico do Zé Ruela: “Mas eu só tô ajudando ele a evoluir como homem!”

Entre tábuas de frios e solidão gourmet: o drama do solteiro gourmetizado

Entre tábuas de frios e solidão gourmet: o drama do solteiro gourmetizado

A inveja bate diferente quando a foto da geladeira do casal parece mais cardápio de restaurante chique do que lanche de quem já tá há cinco anos dividindo a senha do Wi-Fi. Enquanto uns estão vivendo o amor regado a morango, salame importado e gin tônica artesanal, outros estão no 2º miojo da semana — e ainda queimado.

Ser solteiro em 2025 é basicamente um reality show onde o prêmio é um copo d’água e a janta é o que sobrou do almoço da mãe no domingo passado. A tábua de frios virou novo símbolo de estabilidade emocional e a vida de casado parece mais atraente que sorte grande da Mega-Sena.

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