Esqueci o carro no centro: A evolução do ser humano estacionado

Nada representa melhor o espírito brasileiro do que a mistura perfeita entre costume, caos e zero compromisso com a lógica. A cena de alguém que vai ao centro de carro e volta de ônibus, simplesmente porque esqueceu que tinha veículo, é praticamente um patrimônio cultural. É como se o cérebro entrasse no modo econômico e decidisse que a musculatura precisa lembrar quem realmente manda: o transporte coletivo. A mente até tenta ser moderna, independente, motorizada… mas o hábito fala mais alto e resgata lembranças de catracas, cartões de passagem e pontos lotados como se fosse um abraço nostálgico. E o mais engraçado é que a pessoa só percebe o problema quando já está em casa, hidratada, trocada, confortável… e sem o carro.
Essas situações revelam uma verdade universal: o brasileiro pode até evoluir, conquistar bens, financiar sonhos, mas a mente continua funcionando no modo “andar a pé e pegar ônibus”. É um imprinting nacional. No fim, sobra aquele misto de vergonha, risada e uma leve certeza de que a humanidade não está preparada para grandes responsabilidades. Se esquecer carro fosse crime, cadeia estaria cheia. Mas como é só falta de costume, vira história boa pra contar.




