Zerou o God of War, mas não zerou a problematização

Zerou o God of War, mas não zerou a problematização

A internet é realmente um lugar mágico: alguém fala que zerou um jogo e imediatamente surge um PhD em problematização digital pra transformar o simples ato de apertar botão em tese de doutorado. O sujeito mal termina de derrotar o último chefão e já tem gente analisando se o machado do Kratos representa a masculinidade tóxica ou se a barba dele deveria ter mais diversidade capilar. É como se não bastasse zerar o jogo, agora também precisa zerar as pautas sociais, os debates filosóficos e, quem sabe, até o dicionário de sinônimos.

E a melhor parte é que nunca falta quem cobre inclusão até em mitologia nórdica. Como se Odin fosse abrir uma assembleia no Valhalla e dizer: “gente, precisamos de representatividade na próxima saga”. A internet não perdoa: até no meio do apocalipse mitológico, alguém ainda vai reclamar que Thor não usou pronomes neutros.

No fim, a lição é clara: não importa o jogo, sempre vai ter um “boss final” que se chama comentário alheio.

Corrida da vida real: Preços disparam, salário engatinha

Corrida da vida real: Preços disparam, salário engatinha

Inflação no Brasil parece corrida de Fórmula 1, só que com categorias diferentes de velocidade. A gasolina dispara feito guepardo no deserto, cada semana batendo um novo recorde mundial de “quanto custa abastecer um carro popular”. O supermercado não fica atrás, correndo como cavalo puro-sangue: você entra pra comprar pão e sai devendo o preço de um terreno. Já a conta de luz é aquele coelho maratonista que ninguém consegue alcançar, sempre saltando mais alto a cada bandeira tarifária inventada.

E aí, no meio dessa Olimpíada financeira, aparece o salário… a tartaruga contemplativa, tranquila, vivendo em câmera lenta. Enquanto tudo corre, ele mal dá um passinho por mês, olhando de longe os preços passando feito foguete. Não acompanha inflação, não acompanha boleto, mal acompanha o PIX do aluguel. A grande ironia é que a tartaruga nunca para: ela segue firme, mas sempre atrás, sempre ofegante, sempre nos lembrando que, no Brasil, quem trabalha corre… só que parado no mesmo lugar.

A gravidez fantasma que acabou com minha reputação no trabalho

A gravidez fantasma que acabou com minha reputação no trabalho

Elogiar gravidez que não existe é o tipo de gafe que deveria dar direito a férias automáticas, só pra pessoa poder se esconder da vergonha. Você acha que está sendo simpático, exaltando a “luz da maternidade”, quando na verdade está comentando os efeitos de três meses de delivery e zero paciência com academia. É praticamente um curso intensivo de como perder a confiança de alguém em tempo recorde.

Essa situação ensina uma regra básica da vida: nunca parabenize barriga sem antes ver o bebê na ultrassom. Porque se não tem ultrassom, o que tem é só miojo com queijo e uns chocolates extras. O mais engraçado é que, na tentativa de ser gentil, você acaba virando vilão — e com certificado vitalício. A colega nunca mais vai olhar pra você sem lembrar da gafe, e qualquer elogio futuro terá validade zero.

Moral da história: é melhor ficar no clássico “você está bem?” do que arriscar o “parabéns, mamãe”.

O julgamento injusto do pum alheio

O julgamento injusto do pum alheio

A vida tem dessas injustiças sonoras que marcam a reputação de uma pessoa. Você pode passar anos construindo uma imagem séria, educada, quase refinada, mas basta estar no raio de alcance de um pum aleatório que sua biografia inteira é reescrita na mente dos outros. O pior é que a física não ajuda: o som viaja, ecoa, rebate nas paredes e sempre cai no colo do inocente mais próximo. A verdadeira lei de Murphy dos gases.

E ainda existe o julgamento social: se vem de alguém bem arrumado, de salto ou terno, parece que automaticamente ganha um passe livre, tipo “ah, não foi ela, impossível”. Agora, se a vítima é a pessoa distraída do lado, pronto: vira o culpado oficial. E ninguém aceita testemunho em casos de pum, porque todo mundo quer resolver o mistério rápido. Resultado: um inocente pagando penitência por uma flatulência alheia.

No fim das contas, pum é como fake news: não importa a origem, o estrago sempre cai em quem não tem nada a ver.

Velhice feminina em república, velhice masculina em solidão

Velhice feminina em república, velhice masculina em solidão

A teoria faz sentido: na velhice, as mulheres vão estar morando juntas em verdadeiros “condomínios da amizade”, cheios de vinho barato, séries de streaming e fofoca fresca. Vai ter até campeonato de quem lembra mais novela da década de 90, com prêmios em crochê. Já os homens, esses sim vão acabar isolados, tentando consertar uma lâmpada que nem queimou, só pra ter alguma emoção.

Enquanto elas organizam festas do pijama com karaokê de Zezé Di Camargo, os caras vão estar sozinhos discutindo futebol com a televisão, respondendo ao narrador como se fosse amigo de infância. É a prova de que aprender a se comunicar salva até na aposentadoria. Porque se depender de “grunhidos” de churrasco e frases de três palavras como “tá caro isso”, a solidão é garantida.

No fim das contas, a velhice feminina vai parecer um reality show divertido, e a masculina, um tutorial eterno de “como não pedir ajuda nunca”.

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