Quando o apagão vem no mesmo horário do apito inicial

Quando o apagão vem no mesmo horário do apito inicial

A vida tem um senso de humor que beira a maldade. Você passa o dia inteiro esperando aquele jogo, já prepara a pipoca, veste a camisa do time, mentaliza a vitória como se fosse promessa de final de ano. E no exato momento em que a bola rola… puff, a luz some. Não é na cidade inteira, não é no bairro, é só na sua rua. Parece até que a concessionária de energia tem um infiltrado no grupo de WhatsApp da torcida só pra saber qual é a hora perfeita de sabotar. O pior é ouvir os gritos da galera nas casas vizinhas, porque o gol acontece, mas você só acompanha pelo delay do desespero. Enquanto isso, o celular vira a salvação, mas a internet 4G resolve entrar em greve e cada frame do jogo demora uns cinco minutos pra carregar. No fim, você não assiste nada, mas aprende que torcer no Brasil é teste de paciência, não de coração.

Quando a calculadora resolve virar operadora

Quando a calculadora resolve virar operadora

Chega uma hora que o celular pede tanta permissão estranha que a gente começa a aceitar por esporte. A calculadora pedindo acesso a chamadas é quase um novo nível de relacionamento: além de fazer contas, agora ela quer cuidar da sua vida social. Imagine receber uma ligação e ser a calculadora que atende, perguntando se quer arredondar o papo pra cima ou pra baixo. A pessoa fala “te amo”, e ela responde “não bateu, deu erro de sintaxe”. O pior é que a gente deixa, porque brasileiro não resiste a uma opção suspeita com a palavra “Permitir”. Já deixamos lanterna acessar fotos, já autorizamos despertador a mexer nos contatos… então, por que não deixar a calculadora virar operadora também? Talvez seja até útil: cada ligação já viria com a porcentagem de arrependimento calculada.

No fundo, a tecnologia só reflete nossa confusão: não sabemos se queremos somar, dividir ou simplesmente colocar tudo em modo avião.

O grupo da faculdade que parece um encontro de gerações patrocinado pelo desespero

O grupo da faculdade que parece um encontro de gerações patrocinado pelo desespero

Nada une mais gerações do que um trabalho em grupo na faculdade. De um lado, o senhor de 50 anos que já trabalhou em três empresas, tem experiência de vida e acha que PowerPoint é tecnologia de ponta. Do outro, o adolescente de 17 que faz tudo pelo celular, usa gírias que parecem outra língua e acha que “deadline” é só uma sugestão. E no meio, o estudante padrão: com sono, com ansiedade e sem vontade de lidar com nenhum dos dois.

Esse tipo de grupo é praticamente um encontro intergeracional patrocinado pelo caos. Um tem sabedoria, outro tem energia, e o terceiro tem Google. No fim, o resultado é sempre o mesmo: o de 50 quer fazer reunião presencial, o de 17 some no Discord e o intermediário acaba fazendo tudo. É a evolução natural do trabalho em grupo — do “vamos dividir as tarefas” ao “eu mando o PDF pronto”.

Faculdade é sobre aprender, sim. Mas o maior aprendizado é: nunca subestime o poder do aluno que sabe mexer no Canva.

Quando a receita é de bolo, mas a vida entrega um tijolo

Quando a receita é de bolo, mas a vida entrega um tijolo

Cozinhar pela primeira vez é sempre aquela mistura de esperança, fé e caos. Você segue cada linha da receita como se fosse a constituição federal, pesa os ingredientes, confere o forno, até se sente meio MasterChef. E o bolo cresce, fica dourado, bonito, cheiroso… praticamente uma obra de arte comestível. Mas é aí que a vida dá aquela rasteira: você corta o primeiro pedaço, coloca na boca e percebe que esqueceu simplesmente o ingrediente mais importante — o açúcar. Resultado? Um bolo fitness involuntário, perfeito para quem nunca pediu saúde, mas sempre recebe. O pior é a sensação de ter feito tudo certo e mesmo assim acabar produzindo algo que poderia ser vendido como isopor gourmet. A moral da história é simples: cozinhar é como a vida, basta um detalhe esquecido para transformar um sonho doce em uma lembrança amarga.

28 anos: novo demais pra ser coroa, velho demais pra TikTok

28 anos: novo demais pra ser coroa, velho demais pra TikTok

Aos 28 anos, o brasileiro entra oficialmente na zona cinzenta da vida: jovem demais para reclamar da coluna em público, mas velho o suficiente para ser chamado de “coroa em potencial”. É aquela fase em que o metabolismo já está de aviso prévio, o fígado vive fazendo greve e, mesmo assim, aparece alguém dizendo que isso é “coisa boa”. A pessoa nem completou três décadas de existência e já tem fã de crush que gosta de “experiência”, “maturidade” e, principalmente, boletos pagos no próprio nome. A verdade é que 28 anos é o limbo social: para os adolescentes, você é praticamente do tempo que a TV era em preto e branco; para o pessoal de 40+, você ainda usa aparelho nos dentes da vida. A cada ano que passa, o brigadeiro no aniversário vai perdendo o granulado e ganhando mais responsabilidade. Mas se tem alguém disposto a elogiar sua carteira de habilitação vencendo antes que sua juventude, a gente agradece o carinho.

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