Bolinho de chuva engorda

Bolinho de chuva engorda

Lá estava a mãe, a filósofa da cozinha, sempre alertando que bolinho de chuva era uma ameaça à linha e à silhueta. Era quase como se cada gota de chuva fosse um convite direto para a tentação frita e açucarada.

Mas eis que o tempo passa, as estações mudam, e a mãe se transforma em avó. Uma metamorfose que traz consigo não apenas sabedoria adicional, mas uma reviravolta surpreendente nas convicções culinárias.

Agora, a mesma mulher que outrora alertava sobre os perigos do bolinho de chuva se torna a mestra da fritura. Não há mais sermões sobre calorias e dietas. Ela está no comando da cozinha, decidida a conquistar os corações dos netos pela barriga.

Os bolinhos de chuva, antes proibidos como vilões da forma física, tornam-se uma oferta irresistível aos pequenos. E lá vai a avó, a rainha da transformação culinária, fritando bolinhos com uma habilidade que só a experiência e a maternidade avançada podem proporcionar.

Os netos, claro, são os principais beneficiários dessa reviravolta gastronômica. Entre mordidas nos bolinhos de chuva e olhares cúmplices da avó, eles aprendem que a vida é curta demais para resistir a uma fritura afetiva. E assim, enquanto os bolinhos saborosos desaparecem em meio a risadas e lambidas de açúcar, a avó sorri, satisfeita em proporcionar uma nova geração o prazer proibido que ela mesma, um dia, tentou nos privar. É a doce ironia da vida, frita com amor e servida com uma pitada de humor.

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