Ah, as sandálias com salto, esses artefatos mágicos capazes de elevar não apenas a altura, mas também o preço até alturas estratosféricas. Imagine uma sandália tão cara que custa o equivalente a oito mil reais. Você pode até pensar que ela vem com GPS embutido para nunca mais perder o caminho da riqueza.
Então, em meio a uma conversa sobre essa obra-prima dos calçados, alguém solta a pérola: “É lindo, mas é quase o valor de um salário”. A questão que paira no ar é: o que exatamente essa pessoa tem na cabeça? Certamente não é um catálogo de preços realista.
Pode ser que, na mente dessa pessoa, a lógica econômica tenha sido substituída por um sistema peculiar de avaliação financeira. Talvez ela acredite que um salário típico seja algo em torno de oito mil reais, e, portanto, uma sandália nesse valor seja considerada uma pechincha.
Outra possibilidade é que ela tenha uma visão otimista do poder aquisitivo do brasileiro médio, imaginando que todos nós podemos nos dar ao luxo de gastar uma quantia respeitável em calçados sem nem pestanejar. Se ao menos os salários fossem tão generosos quanto a imaginação dessa pessoa!
Mas, claro, no reino da moda, a lógica muitas vezes é um conceito opcional. Quem se importa se a sandália custa o valor de um salário? Se ela faz você se sentir como se estivesse andando nas nuvens (ou, no mínimo, alguns centímetros acima do chão), então vale cada centavo… ou salário.
E assim, enquanto alguns ponderam sobre o preço exorbitante, outros simplesmente desfilam por aí, ostentando suas sandálias que desafiam a lógica financeira com um sorriso no rosto. Porque, afinal, na comédia da moda, a única coisa mais alta que os saltos são os preços.
Salário de rico né porque a maioria do povo ganha menos de 1/3 do valor desse sapato.