Pensa num vizinho desconfiado

Pensa num vizinho desconfiado

Ah, vizinhos, essas criaturas que habitam os prédios ao lado e, às vezes, parecem viver em outro planeta. Mas, entre todos os tipos, há aqueles que se destacam pela criatividade em suas precauções.

Conheço um desses vizinhos. Vou chamá-lo de Sr. Paranóico. Ele tem uma abordagem única para proteger sua plantação de mangueiras. Sim, mangueiras. Aquelas frutas suculentas e doces que todos amam. O Sr. Paranóico, no entanto, não confia nem um pouco nos outros.

Um dia, enquanto eu passava pelo corredor, notei algo estranho nas mangueiras do Sr. Paranóico. Cada uma delas tinha um número pintado com tinta vermelha bem na pontinha. Imagine só, um verdadeiro código de barras natural! Pensei que ele tinha se tornado um expert em horticultura ou talvez estivesse iniciando seu próprio programa de rastreamento de frutas.

Intrigado, perguntei a ele sobre os números nas mangueiras. Com um olhar de desconfiança, ele me explicou que colocou os números para garantir que ninguém roubasse suas mangas. Aparentemente, ele achava que, se alguém visse os números, pensaria duas vezes antes de arriscar o roubo. Será que ele achava que estávamos numa competição de bingo clandestina, onde os prêmios eram frutas tropicais?

Enfim, o Sr. Paranóico estava determinado a proteger suas mangueiras a todo custo. Até mesmo instalou câmeras de vigilância improvisadas (leia-se: espelhos escondidos) para monitorar qualquer atividade suspeita. Afinal, ele não ia deixar que ninguém se aproveitasse de suas preciosas mangas, nem que isso o transformasse no rei das teorias da conspiração do prédio.

E assim, enquanto o resto de nós apenas desfrutava da doçura das mangas do Sr. Paranóico, ele se mantinha alerta, pronto para defender suas frutas a qualquer custo. Mas quem sabe, talvez os números nas mangueiras fossem apenas sua maneira peculiar de trazer um pouco mais de ordem para um mundo cheio de incertezas. Ou, quem sabe, era apenas mais uma de suas estratégias para afastar os “ladrões” de mangas. Só o tempo (e as mangas) dirão.

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