Lá estava eu, com mais tempo livre do que mosquito em dia de chuva, procurando algo que desse um ânimo no meu sossego. E quem diria, no meio daquele marasmo, avistei duas Tortuguitas, sim, aquelas mesmas dos chocolates, armando uma mesa de sinuca na minha sala.
Confesso que fiquei tão surpreso quanto galinha chocada com ovo de páscoa. Aquelas tartaruguinhas, com um jeitinho desengonçado, manejavam os tacos com mais jeito que jogador de futebol no Maracanã.
Uma delas, com olhar concentrado, parecia um Einstein das mesas verdes, calculando os ângulos com uma precisão que nem matemático em dia bom conseguiria. A outra, mais descolada, tentava fazer as bolas se moverem como se fossem dançarinas de samba no Carnaval do Rio.
Era um duelo que faria até o Juca Chaves perder o compasso do humor! As Tortuguitas faziam jogadas mirabolantes, como se estivessem competindo pelo campeonato mundial da casca dura. Cada tacada era um suspense digno de novela das nove, só faltava a trilha sonora dramática.
E o mais inacreditável? Elas não falavam, mas os olhares de determinação e os movimentos eram tão expressivos que parecia até uma conversa em código Morse.
Mas a partida tomou um rumo inesperado quando uma delas, num lance de mestre, meteu uma bola na caçapa como se fosse uma tartaruga ninja em ação. E foi nesse momento que o mistério se desfez: aquelas Tortuguitas eram verdadeiras jogadoras profissionais em um disfarce de chocolate.
De repente, a sinuca virou espetáculo, um show de habilidade que eu não esperava encontrar entre doces. E quando a última bola foi embolsada, elas trocaram olhares de vitória, como se dissessem: “Ganhamos mais essa, e olha que nem somos coelhos da Páscoa!”
Fiquei ali, contemplando aquela cena inusitada, pensando que, realmente, a criatividade não tem limites, e nem as Tortuguitas. Afinal, quem disse que em casa não se encontra diversão? Às vezes, é só olhar com outros olhos e até os chocolates viram atletas do esporte das bolas na caçapa.
