Benjamin, 6 anos: perito forense do amor

Benjamin, 6 anos: perito forense do amor

Tem gente que nasce com dom. Enquanto uns adultos não sabem nem diferenciar amaciante de desinfetante, o menino de seis anos já tá na fase “perito da paixão olfativa”. O moleque não sabe fazer conta de dividir, mas reconhece o cheiro do amor verdadeiro a metros de distância. Se tivesse um CSI: Jardim de Infância, ele era o chefe da investigação.

Enquanto o resto da turma ainda tá tentando lembrar se almoçou, esse jovem já operava no modo “romântico nível ninja”. No futuro, esse aí não vai mandar flores… vai mandar camiseta com perfume personalizado. A gente achando que era só um recreio, mas era uma verdadeira operação da Interpol dos sentimentos.

O sono confirmou presença, mas não apareceu

O sono confirmou presença, mas não apareceu

Existe uma espécie de ritual sagrado que todo brasileiro conhece: travesseiro ajeitado, coberta na temperatura da laje às 5h da manhã, celular longe do alcance da mão, e um copo d’água pra fingir que você é saudável. Tudo milimetricamente preparado para o grande momento… que nunca chega. Porque o sono, esse traíra, resolve dar perdido.

E aí você fica ali, olhando pro teto como se ele fosse responder alguma coisa. Já tentou contar carneirinho, repassou o CPF inteiro de trás pra frente, fez lista mental de compras da semana… Nada. A mente? Ativa igual grupo de família em véspera de Natal.

No Brasil, a insônia não é um distúrbio — é um estilo de vida com Wi-Fi.

Desempregado sim, mas com amor em tempo integral!

Desempregado sim, mas com amor em tempo integral!

No Brasil, o desemprego não é só um problema econômico, é uma prova de amor. Se o relacionamento vai mal, o culpado nunca é o ciúmes, a insegurança ou o horóscopo. É o emprego. Isso mesmo. Porque se tem boletos vencendo, tudo bem… mas deixar o “amor da sua vida” no vácuo por mais de 10 minutos? Crime passional corporativo.

Na lógica romântica brasileira, CLT devia significar: “Celular Livre o Tempo todo”. Afinal, o que é uma reunião com o chefe diante da necessidade de mandar um “bom dia, vida”? O romantismo chegou num ponto tão intenso que pedir demissão virou novo gesto de carinho. “Te amo” é coisa do passado. Agora o negócio é: “larga tudo por mim e vem ser meu desocupado favorito”.

Talento com t minúsculo, entrega com T de Top

Talento com t minúsculo, entrega com T de Top

O Brasil é o único país onde o talento é medido por capacidade de descascar frutas sem interromper o fluxo da casca. Enquanto uns treinam para o “The Voice”, outros dominam o “The Peel”. E olha… o nível é tão avançado que parece até final de Copa do Mundo entre laranja-baía e tangerina.

Tem quem chame de dom, tem quem ache inútil. Mas quem já tentou fazer e terminou com os dedos parecendo que brigaram com uma navalha sabe: isso não é só talento, é quase arte moderna. Ainda mais quando a casca faz espiral digna de enfeite de Natal artesanal.

E o mais impressionante? A humildade de quem reconhece que seu poder é com “t” minúsculo, mas entrega uma performance de “T” maiúsculo, com maiúsculo duplo.

A cada ambiente, um personagem: o brasileiro virou série da Netflix!

A cada ambiente, um personagem: o brasileiro virou série da Netflix!

Dizem que cada pessoa tem várias versões de si mesma. No Brasil, a gente levou isso a sério e virou praticamente um multiverso ambulante. A personalidade do Instagram, por exemplo, é sempre a mais solar: pose treinada, filtro ativado e frase de efeito tipo “só vai” ou “gratidão pela jornada”. Um ser humano que acorda às 5h da manhã por livre e espontânea pressão do algoritmo.

Já a personalidade dos jogos online… bom, essa é uma entidade à parte. Se no Insta a pessoa posta pôr do sol, no jogo ela vira um gremlin dos teclados. Arrogância, trash talk e xingamento nível federal, com direito a “sua mãe” em cada frase. Um verdadeiro guerreiro digital que esqueceria até o próprio nome, mas nunca a senha do Discord.

A versão presencial? É quase um pokémon tímido. A pessoa que online é o diabo vestido de fúria, pessoalmente não olha no olho, fala baixo e ri com vergonha até da própria existência. Uma entidade educada, calma, que até pede desculpa pro garçom por existir.

E a versão do trabalho… ah, essa é a mais sombria. Camisa de botão, olhar perdido, semblante sério. Fala pouco, manda e-mails frios e vive com a alma de quem já aceitou que “hoje não é dia de sonhar, é dia de pagar boleto”. Uma personalidade que já ultrapassou o estresse e agora habita o modo automático com café como combustível.

No fundo, a gente não tem transtorno de identidade… tem é prática de sobrevivência social.

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