A saga da coca morna e a geladeira motorizada

A saga da coca morna e a geladeira motorizada

Avaliação de cliente brasileiro é sempre uma obra-prima do entretenimento. O sujeito pede uma Coca-Cola no calor de Campo Grande, recebe o refrigerante morno e já imagina que o motoboy deveria chegar pilotando uma moto equipada com freezer frost free. O comentário é seco, mas a resposta do restaurante foi digna de stand-up: “vou ver se dá pra amarrar uma geladeira na garupa”. É nesse nível de sinceridade que o comércio brasileiro sobrevive ao verão de 32 graus.

A verdade é que, em certas cidades, a bebida já sai suando da garrafa só de olhar para o sol. Não existe isopor, gelo ou fé que segure a temperatura. No fim das contas, o cliente ainda deu 4 estrelas, porque brasileiro critica, mas não destrói completamente o rolê gastronômico. Afinal, ninguém quer atrapalhar a chance de um refrigerante geladinho da próxima vez.

Se inventarem delivery com ar-condicionado acoplado, Campo Grande vai ser a capital mundial da felicidade gaseificada.

Ajuda escolar ou cópia profissional?

Ajuda escolar ou cópia profissional

Só no Brasil mesmo pra alguém entrar numa sala de aula achando que vai registrar um momento fofo e, sem perceber, acabar virando cúmplice de cola coletiva. A criança viu uma chance de ouro: um adulto distraído, caneta na mão e zero suspeitas do que estava rolando. Resultado? Um reforço escolar instantâneo em plena prova oficial. Quem precisa de Google quando se tem uma visitante disposta a “ajudar na tarefinha”?

O detalhe é que a criança ainda teve a cara de pau estratégica de disfarçar como se fosse uma atividade comum. O verdadeiro talento não está em decorar a tabuada, mas em recrutar reforços de fora da escola. É o famoso networking acadêmico, versão ensino fundamental. Enquanto isso, a diretora só feliz com o silêncio da turma, sem saber que o som que realmente faltava era o de sirenes da polícia das provas.

Moral da história: nunca subestime a criatividade de uma criança diante de um boletim em perigo.

Namorada gamer: A notificação mais fofa do Xbox

Namorada gamer: A notificação mais fofa do Xbox

Esse é o verdadeiro nível máximo do relacionamento gamer: conquistar troféu no jogo e receber notificação de carinho, ou quase isso. A namorada transformou cada “achievement” em um boletim amoroso, como se fosse uma professora corrigindo provas: “Parabéns, tirou nota 10 em coletar armas, mas zero em lembrar de responder meu WhatsApp”. É praticamente um crossplay entre a vida real e o console, onde o relacionamento também tem conquistas desbloqueáveis — “levou flores sem ser aniversário”, “lavou a louça sem reclamar” e o famoso “ficou offline pra assistir série junto”.

No fundo, todo gamer sonha em ter alguém que acompanhe suas vitórias virtuais como se fossem gols de final de campeonato. A diferença é que, nesse caso, a conquista vem acompanhada de um “COQUISTA” em caps lock, quase uma DLC de cobrança carinhosa. E quem disse que amor não pode ser competitivo? No ranking da vida, a vitória é quando os dois conseguem zerar juntos o chefão chamado “rotina”.

As filhas perdidas do Cebolinha e a nova turma da Mônica

As filhas perdidas do Cebolinha e a nova turma da Mônica

Existe uma nova árvore genealógica brasileira surgindo: a família Cebolinha. De um lado, a Élica dizendo que perguntam se ela é filha dele. Do outro, a Inglidy já cogitando irmandade. Logo depois aparece a Blenda confirmando a herança: “somos filhas do Cebolinha”. E, como toda boa reunião de família, surge a Ilina reivindicando o sobrenome e puxando mais um galho pra essa árvore. O curioso é que, diferente da Mônica, ninguém ficou bravo com a zoeira. Pelo contrário, virou uma confraternização online em que o único ausente foi o próprio Cebolinha, provavelmente ocupado tentando bolar mais um plano infalível contra o Sansão.

O melhor é imaginar o encontro de Natal dessa família. Cada um se apresentando com nomes criados no modo aleatório do teclado: Élica, Inglidy, Blenda, Ilina… parece seleção de personagem de jogo online. E todos unidos por um só DNA: a herança linguística do “elesmplo” que virou cultura nacional. Quem diria que um personagem de gibi poderia ser responsável por uma geração inteira de nomes criativos?

Quando o “Tá” vira a resposta mais dolorosa do relacionamento

Quando o “Tá” vira a resposta mais dolorosa do relacionamento

Terminar relacionamento em 2025 virou quase um reality show: a pessoa anuncia o fim, mas espera plot twist, drama, trilha sonora triste e talvez até um pedido desesperado de reconciliação. Só que o Cairo aqui respondeu como quem aceita os termos de uso do aplicativo: “Tá”. Simples, rápido e sem leitura de letras miúdas. A pessoa queria lágrimas, discurso emocionante, promessa de mudar, mas ganhou um “aceito os cookies” seco. O detalhe é que, quando rolou a cobrança do “não vai insistir nadinha?”, aí sim veio a frase ensaiada: “não termina, fica comigo”. O problema? A assinatura do relacionamento já tinha sido cancelada e sem possibilidade de estorno.

A real é que às vezes a gente quer o drama da novela mexicana, mas recebe o desapego nível “confirma exclusão permanente?”. O Cairo pode ter perdido o namoro, mas ganhou o status de mestre zen da indiferença. Quem diria que “Tá” poderia ser a arma secreta contra o textão.

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